Uma mulher revelou ter enfrentado represálias da igreja que frequentava após revelar sofrer violência doméstica e obter uma medida protetiva de urgência contra o agressor, no município de Picos, a 315 km de Teresina. O Ministério Público do Estado do Piauí (MP-PI) vai realizar uma audiência pública para orientar sobre os direitos das vítimas de violência.
Segundo a promotora de Justiça Romana Vieira, a mulher relatou que após denunciar a violência e solicitar uma medida protetiva à Justiça, começou a sofrer “penalidades” da igreja que frequentava. A vítima relatou que não chegou a ser proibida de frequentar o templo, mas foi impedida de participar de atividades do local.
“O Ministério Público recebeu uma medida protetiva de urgência e dentro dessa medida existia um relatório da psicóloga do Tribunal de Justiça. Esse relatório dizia que a vítima havia sofrido esse tipo de violência dentro da instituição religiosa, que teve seus direitos cerceados. Ela não poderia mais ser ativa na instituição. Ela relatou que a igreja ficou do lado do agressor”, iniciou a promotora.
Ainda conforme Romana Vieira, a vítima foi orientada pela igreja a retirar a medida protetiva contra o companheiro. Ela manteve a ordem judicial restritiva contra o agressor, mas preferiu não denunciar a instituição religiosa formalmente.
MP irá realizar audiência pública
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O Ministério Público informou que irá fazer uma audiência pública para orientar sobre os direitos das vítimas de violência doméstica na região. A audiência será realizada no dia 16 de maio, às 9h, na Sede das Promotorias de Justiça de Picos, na Avenida Senador Helvídio Nunes, bairro Catavento, em Picos.
A promotora informou que as organizações religiosas da cidade foram chamadas para o encontro.
“A audiência será para a sociedade em geral, mas especificamente para instituições religiosas. O objetivo é trazer informações sobre os tipo de violência e esclarecer também como deve ser a acolhida dessas vítimas: a denúncia, para onde devem ir e quais são os direitos dessas vítimas. É necessário que a comunidade apoio mulheres vítimas de violência”, concluiu Romana Vieira.
Fonte: G1 PI
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