O delegado Anchieta Nery, titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), usou as redes sociais neste sábado (11) para alertar as pessoas sobre um novo golpe praticado por criminosos pelo WhatsApp no Piauí, que faz vítimas desde o mês passado. Agora, os golpistas usam fotos de médicos e demais especialistas da área da saúde para pedir dinheiro aos familiares e amigos dos profissionais.
Anchieta Nery explica como o golpe acontece. “Para realização do estelionato, os criminosos utilizam diversos números de WhatsApp e ostentam fotos de médicos e dentistas em seus perfis, e então contatam os familiares de tais profissionais, por meio de mensagens no mesmo aplicativo, nas quais os criminosos afirmam que são aquelas pessoas das fotos e que haviam mudado o número de WhatsApp”.
“Após algumas trocas amistosas de mensagens, os criminosos solicitam que os familiares atualizem o número de contato. Em seguida afirmam que necessitam pagar alguma dívida e estão sem acesso ao app (aplicativo) do Banco no momento. Desta forma, as vítimas acreditam nos pedidos e realizam as transferências bancárias, acreditando estar falando com seus familiares”.
Quanto mais o criminoso envolve a vítima maiores poderão ser os pedidos de transferências. “A quantidade do valor que os estelionatários irão tomar depende do envolvimento com a vítima, do poder aquisitivo da vítima. Eles têm escolhido profissionais da saúde porque são pessoas geralmente de poder aquisitivo maior (que outras). Em média, eles pedem uma transferência de R$ 2 mil até uns R$ 5 mil, mas quando a pessoa faz uma primeira transferência eles insistem em uma segunda, terceira transferência. Enquanto o familiar for acreditando eles vão pedindo transferência”.
Anchieta Nery ressalta que Policias Civis de vários estados já têm trocado informacões para a repressão adequada a esse crime. Até o momento, a investigação já apontou para uma organização criminosa com membros de dentro do sistema prisional.
“No Piauí nós já tivemos vítimas em Teresina e do interior do estado. Algumas vítimas já procuraram a Polícia Civil. Entramos em contato com a Polícia Civil de outros estados e iniciamos a investigação, que já apontou o disparo das mensagens. Nós temos uma organização criminosa em que cada (membro) tem o seu papel: alguns são responsáveis em montar a engenharia do golpe, outras por buscar os dados da pessoas para quem enviar as mensagens. O disparo dessas mensagens, o ‘trabalho braçal’, a ‘linha de produção’, parte de unidades prisionais de outros estados, como sudeste e centro-oeste”.
Na postagem, o delegado ressalta que:
1- Nesse golpe não há hackeamento da conta de whatsapp da pessoa por quem estão se passando;
2- Os criminosos escolhem se passar por profissionais da saúde que têm perfil aberto no Instagram, pois a partir disso obtém as fotos para usar no perfil falso.
Fonte: Carlienne Carpaso/ Cidade Verde
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