Um jovem vítima de acidente de trânsito está internado no Hospital de Urgência de Teresina e aguarda há oito dias por uma cirurgia. A família denuncia que a cirurgia está sem previsão de ocorrer e que falta medicação para amenizar a dor do paciente, identificado de Jairo Marques.”Estou me sentindo abandonado. Já faz oito dias que eu espero. Sinto muita dor nas costas, no meu rosto. Dói bastante. Eu queria logo fazer essa cirurgia e ir para casa”.
Quando a irmã do jovem buscou por uma previsão de data, recebeu como resposta: “esperar”. “Me disseram que eu tenho que esperar porque como se trata de uma cirurgia eletiva, o HUT não estava fazendo porque ele tem que toma a anestesia geral, que estaria sendo priorizada para os pacientes que chegam com maior gravidade. Que ele tem que ser transferido para o HGV (Hospital Getúlio Vargas). Hoje faz oito dias que chegamos ao HUT e é o mesmo posicionamento. O médico diz que não tem o que fazer, que tem que esperar uma vaga surgir no HGV. É muito revoltante, a gente entende a complexidade dos casos que chegam ao HUT, mas não podemos ficar esperando porque é uma cirurgia eletiva”, disse Teresinha.
O diretor geral do HUT, Rodrigo Martins, explica que devido a pandemia do novo coronavírus), a complexidade dos pacientes com Covid-19, a demanda de insumos e medicamentos tanto em Teresina como em todo o país, algumas medicações ficaram restritas, inclusive os bloqueadores neuromusculares, que são utilizados em algumas situações críticas e em cirurgias que envolvam a anestesia geral.
“O HUT desde o início da pandemia juntamente com a Fundação Municipal de Saúde tem buscado comprar e repor o estoque. No entanto, por uma falta de produção nacional, esse estoque ficou bastante limitado. Nós estamos, há mais ou menos 30 dias, com as cirurgias eletivas, que não são urgência e emergência, sendo realizadas no HUT. Nós temos consumo bastante elevado desses bloqueadores nas UTIs, quer seja Covid e não Covid com nos centros cirúrgicos de pacientes urgentes, que levou um tiro ou sofreu um acidente que não pode esperar”.
O diretor do HUT ressalta que os casos em que o pacientes podem aguardar pela cirurgia são encaminhados aos hospitais de referência, que são o HGV e o Hospital Universitário. “No entanto, esse encaminhamento depende da disponibilidade de vaga ofertada no outro hospital”. Em agosto, seis pacientes foram transferidos do HUT para o HGV e dois pacientes foram transferidos para o HU em tratamento buco-maxilo-facial. No mês de setembro, o HUT já conseguiu transferir cinco pacientes.
“Existe essa dificuldade devido a demanda, os traumas voltaram a acontecer e, infelizmente, o Hospital de Urgência precisa priorizar qual cirurgia vai atender”.
O paciente da matéria não é considerado um paciente grave e de urgência. “Ele já está estabilizado, vias aéreas e sinais vitais preservados. Já não corre risco de morte. Por isso, ele é uma cirurgia eletiva. Se chega um paciente de acidente de moto, que precisa de uma cirurgia de uma cirurgia maxilo-facial porque tem uma fatura exposta, essa cirurgia vai acontecer porque é necessária para a manutenção da vida do paciente”.
Fonte: Carlienne Carpaso/ Cidade Verde
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