Um bebê de um mês, indígena da etnia Warão, morreu em decorrência de uma infecção intestinal em um dos abrigos destinados aos venezuelanos em Teresina, sob coordenação da Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (Semcaspi). O caso ocorreu na última terça-feira (8), mas somente neste domingo (13) o órgão se manifestou.
O coletivo Piauí Indígena usou a rede social para denunciar a falta de acompanhamento médico aos venezuelanos. Segundo a entidade, os pais da criança foram sozinhos ao hospital público. Os indígenas falam e compreendem pouco o português.
“Em uma cidade referência em saúde como nossa capital, em uma cidade com um prefeito médico, uma criança indígena sob os cuidados de sua gestão, morreu em decorrência de uma diarreia. Hoje, nossos parentes Warao choram por essa vida que viveu tão pouco tempo entre nós. Hoje, mais uma mãe e pai indígena choram, pois seu bebê não está mais em seus braços”, declarou o coletivo.
A Semcaspi confirmou o falecimento do Euclide Moreno Mendoza, que estava acolhido no abrigo Emater, localizado na BR 343, em Teresina. A secretaria informou que a mãe do bebê, Sophia Maria Mendoza, 19 anos, recebeu todo o acompanhamento necessário, inclusive, durante o período gestacional.
De acordo com o Retalório Situacional, elaborado pelo Serviço de Acolhimento Institucional, Sophia Mendoza foi a Unidade Básica de Saúde Estaca Zero para o encerramento do pré-natal e do acompanhamento puerperal, sob a companhia da educadora social do abrigo. A mãe venezuelana contou que não estava amamentando o filho e em troca estaria oferecendo um leite, que não era compatível com a sua idade.
Com as orientações médicas, a Semcaspi disse que providenciou um leite adequado e 13 dias depois a criança apresentou infecção intestinal. Os pais retornaram com o bebê para UBS, onde foram orientados a dar paracetamol e simeticona, além de substituir novamente o leite. Euclide morreu no dia seguinte.
“A Semcaspi concedeu o suporte necessário, por meio do serviço de Benefícios Eventuais, como: auxílio funeral e auxílio de transporte, respeitando as tradições culturais deste grupo. E ainda, lamenta profundamente o ocorrido e se disponibiliza para prestar mais esclarecimentos”, disse em nota.
Nota da Semcaspi
A Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (Semcaspi), por meio da Gerência de Proteção Social Especial (GPSE), confirma o falecimento de Euclide Moreno Mendoza, de um mês de vida, indígena de etnia Warao, que estava acolhido no abrigo Emater. O falecimento de Euclide Mendoza ocorreu na noite da última terça-feira, (08/06), por complicações de infecção intestinal.
A Semcaspi esclarece que a mãe de Euclide Mendoza, Sophia Maria Mendoza, 19 anos de idade, recebeu todo o acompanhamento necessário, inclusive, durante o período gestacional, com consultas pré-natal, exames iniciais que apontaram normalidade aos resultados, como ultrassonografia computadorizada. Foi prescrito e oferecido a suplementação com ácido fólico e ferro, além disto, foi encaminhada para atualizar o cartão de vacina. E recebeu o kit natalidade, composto de fraldas descartáveis e de pano, lenço umedecido, banheira, materiais de higiene e fita.
O Retalório Situacional, elaborado pelo Serviço de Acolhimento Institucional (Abrigo Ka Ubanoko II – EMATER), aponta que no dia 25 de maio de 2021, Sophia Mendoza foi a UBS Estaca Zero para o encerramento do pré-natal e do acompanhamento puerperal, sob a companhia da educadora social do abrigo, e relatou não estar amamentando Euclide Mendoza e em troca estaria oferecendo o leite da marca Ninho. Com as orientações médicas, foi providenciado pela Semcaspi, no dia 26 de maio de 2021, o leite NAN 1, ideal para bebês da idade de Euclide Mendoza, sendo entregue ao pai, Wilmer Moreno Zapata, 27 anos de idade.
Ao apresentar infecção intestinal, no dia 07 de junho de 2021,aproximadamente às 14h, Euclide Mendoza foi encaminhado para a UPA do Satélite. Ao retornar da UPA, às 17h, os pais já tinham providenciado o medicamento prescrito: paracetamol e simeticona e relataram que o médico teria pedido para substituir o leite NAN I pela fórmula infantil de nome Nestogeno.
No dia seguinte, 08 de junho de 2021, às 16h, Euclide Mendoza foi levado ao abrigo CSU, para que um dos acolhidos, Lautério Perez, rezasse no bebê, ritual que faz parte da cultura deles. Embora, os coordenadores não tenham recomendado a saída da família para outro abrigo, devido ao período de pandemia, eles optaram por levar a criança para o tratamento com base em rituais religiosos. Euclide Mendoza faleceu poucas horas depois.
A Semcaspi concedeu o suporte necessário, por meio do serviço de Benefícios Eventuais, como: auxílio funeral e auxílio de transporte, respeitando as tradições culturais deste grupo. E ainda, lamenta profundamente o ocorrido e se disponibiliza para prestar mais esclarecimentos.
Fonte: G1 PI
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