Animais exóticos do Parque Estadual Zoobotânico serão transferidos para santuários ecológicos e habitats naturais em outros lugares no Brasil onde possam viver livremente. A operação contará com a Confederação Brasileira de Proteção Animal e Força Aérea Brasileira (FAB) que, inclusive, participaram da transferência da ursa Marsha para São Paulo, um caso com repercussão nacional. Atualmente, o parque- que é uma unidade de conservação- tem aproximadamente 460 animais.
A ação inédita no país e será gradativa a começar por uma família de macacos barrigudos, espécie ameaçada de extinção, formada por cinco membros, entre os quais um filhote recém-nascido no próprio parque. Há, ainda, dois felinos de grande porte, uma leoa e uma onça pintada.
A transferência foi confirmada nesta quarta-feira (14) pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semar) que prepara protocolo de esvaziamento e libertação dos animais, documento que regulamenta os aspectos técnicos de segurança e bem estar físico e psicológico de transporte e transferência de animais cativos em zoológicos.
“Entendemos que a associação de lazer e diversão com animais em recintos fechados está totalmente ultrapassada. O que a Semar busca com essa ação está em sintonia com as melhores práticas mundiais de bem-estar animal e conservação ambiental”, destaca a secretária do Meio Ambiente, Sádia Castro.
Nesta quinta-feira (15), será concedida uma coletiva de imprensa às 10h para dar mais detalhes da transferência. Após mais de um ano fechado, o parque foi reaberto em junho e tem sido motivo de questionamento pelo Ministério Público que avalia pedir novamente a suspensão da licitação da Parceria Público Privada (PPP).
PARA ONDE OS ANIMAIS SERÃO TRANSFERIDOS?
A Confederação Brasileira de Proteção Animal faz um levantamento dos santuários aptos a receberem os animais. O corpo técnico da Semar está providenciando a regularização das espécies junto ao Sistema Nacional de Fauna Silvestre (Sisfauna) e elaborando as instruções normativas do protocolo de transferência.
Segundo a presidente da Confederação, Carol Mourão, esta inciativa é considerada precursora mesmo em âmbito internacional.
“Acredito que esse protocolo subsidiará diversas outras ações com o mesmo objetivo. Por essa razão, a Confederação tem muito interesse em contribuir com o processo. Somos totalmente favoráveis ao desenvolvimento dessa parceria que irá viabilizar a operacionalização das transferências”, afirmou Mourão.
A secretária Sádia Castro complementa que o objetivo é transferir todos os animais, sendo que os exóticos irão para santuários e os nativos reinseridos nas áreas de soltura certificadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A ação foi inspirada na experiência exitosa e pioneira realizada entre o Estado do Piauí e a Confederação que conseguiu a transferência da ursa Marsha, posteriormente renomeada Rowena, para o santuário Rancho dos Gnomos, em Joanópolis (SP). A ursa foi transportada em um avião da Força Aérea Brasileira, fato que mereceu reconhecimento internacional.
Fonte: Cidade Verde
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