Um estudante de medicina, de 22 anos, é denunciado na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) por estuprar cinco crianças, entre elas duas irmãs dele. As vítimas em idades de 3 a 12 anos são do mesmo grupo familiar.
Em entrevista à TV Cidade Verde, a mãe de uma das vítimas, de 12 anos, contou que os abusos aconteceram dos 5 aos 10 anos, em várias situações. Segundo relatos da filha, os abusos aconteciam em casas de familiares e até mesmo durante viagens em família, dentro de hotéis.
“Ela já apresentava sinais diferentes desde os 6 anos de idade, e já fazia acompanhamento psicológico. A gente não conseguia extrair dela a causa, a gente suspeitava, tentava investigar, mas não descobria o que era. Ela não gostava de tomar banho, tinha dificuldade de comunicação com outras crianças, tinha dificuldades de interação, ela só queria ficar no mundinho dela. Isso se agravou nesse ano, ela teve depressão muito forte, automutilação e tentativa de suicídio, foi quando a gente ficou investigando até quando ela conseguiu falar, com o distanciamento do agressor”, contou. O suspeito – Marcos Vitor Aguiar Dantas Pereira – mora há pelo menos dois anos em Manaus, onde estuda medicina em uma faculdade particular.
Segundo a mãe, o suspeito tinha 15 anos de idade quando começou a abusar das vítimas. Ele teria entrado para a família aos 8 anos, quando o pai se casou com sua irmã. “Ninguém percebia, ele aparentava ser um menino perfeito. Na nossa visão, ele nem chegava perto”, disse. Ela relatou que as vítimas informaram que não houve conjunção carnal, mas que foram submetidas a todos os outros atos libidinosos possíveis.
O advogado Rodrigo Araújo, que acompanha a família, contou que o caso foi descoberto ainda na metade do mês de julho, mas que foi denunciado à DPCA no dia 31 de agosto. Segundo ele, o estudante já esteve em contato com a família após as denúncias, tendo confessado o crime e pedido perdão. Ele acrescentou que aguarda a prisão preventiva do suspeito, pois apresenta risco de fuga.
“Sabemos que essa pessoa pode ter meio de fuga, até mesmo para o exterior, então é importantíssimo que a prisão seja efetivada pelas autoridades policiais, para resguardar a ordem jurídica e o devido processo legal”, disse.
O advogado destacou que existem provas como depoimentos das crianças e conversas do estudantes confessando o crime. Até agora, a mãe de uma das crianças e madrasta do suspeitos foram ouvidas.
A mãe declarou que após os fatos serem revelados, as vítimas têm mantido um cuidado entre si. “Todas dizem, todas choram, todas abraçam. Uma está dando apoio a outra. Elas são muito unidas. Esperamos que elas consigam superar isso juntas para terem uma melhor qualidade de vida”, conta.
Nas redes sociais o suspeito se manifestou e disse que o “que tiver de ser esclarecido será, nos orgãos competentes”. Ele também afirma que não está foragido e que mora em Manaus por causa dos estudos.
A delegada que preside o inquérito é Camila Miranda.
“Quem quiser emprestada a minha voz, eu dou.O crime contra minha filha não vai ficar impune. Ele vai pagar. A mãe e meu pai me ensinaram a ficar de pé e ser orgulhosa de ser mulher. Eu tenho orgulho de ser mulher. Nenhum homem vai me fazer pensar o contrário. Vai ter justiça. Ele vai pagar pelo que fez”, desabafou a mãe da primeira vítima.
O Cidadeverde.com tentou localizar o estudante para esclarecimentos, mas não obteve êxito. O portal deixa espaço aberto para ele se pronunciar.
Fonte: Por Marcos Cunha e Yala Sena/ Cidade Verde
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