A campanha “Papai Noel dos Correios” no Piauí tem recebido diariamente histórias e os sonhos de milhares de crianças. Entre elas, está a de um menino de 11 anos que, aos dois, recebeu o diagnóstico positivo para o vírus HIV. Ele sonha em se tornar jogador de futebol e pediu uma chuteira como presente de Natal.
Para escrever a carta, o menino teve a ajuda da tia, sua tutora. No papel, ele contou que nasceu em uma família complicada, cercado de discussões. E desde pequeno apresentou sintomas da Aids, síndrome da imunodeficiência adquirida.
A Aids pode surgir em pessoas que têm o vírus HIV. Contudo, com a devida medicação antirretroviral, a atividade do vírus é controlada, inibindo o surgimento da Aids. Como foi o caso do menino que escreveu a carta.
“Desde bebezinho, vivia internado. Minha mãe não falava e nem sabia o que eu tinha, porque ela não aceitava que era soropositivo. Por muitas vezes, quase morri. Infelizmente hoje sou uma criança que toma um coquetel de medicação, para que esse vírus se mantenha inativo, e mesmo não sabendo direito o que é, sou uma criança feliz”, diz trecho da carta.
Em outro trecho, o menino agradece por seus dois irmãos não terem a doença. Atualmente, ele faz tratamento no Hospital de Doenças Tropicais Natan Portella.
“Graças a Deus, eles não têm esses vírus. Em uma das muitas vezes que fui internado, a mulher do meu tio foi cuidar de mim. Aos dois anos de vida, fui morar com eles. Foi um dos dias mais felizes da minha vida. Fiz todos os exames que a médica pediu e foi quando veio a notícia. Até então, ninguém tinha a certeza”, contou o menino na carta.
“Agradeço a Deus pela família que ele me deu. Por isso, Papai Noel, realize o meu sonho de ter uma chuteira de quadra, para que um dia me torne um grande jogador de futebol e possa retribuir todo o amor e ajuda que minha mãe tem me dado”, pediu ao final.
Campanha prorrogada: veja como ajudar
A campanha segue até o dia 18 de dezembro. Alunos de 22 escolas públicas em todo o estado e crianças de até 10 anos poderão enviar cartinhas para serem adotadas.
A população em geral pode participar por meio do site da iniciativa e realizar o sonho de Natal de uma criança. Empresas também podem contribuir adotando uma quantidade maior.
Os responsáveis que queiram entregar as cartinhas das crianças ou os interessados em entregar presentes, podem ir a uma agência dos Correios: a Central, na avenida Antonino Freire, a da avenida Valter Alencar, na zona Sul ou a agência da avenida Presidente Kennedy, na zona Leste da capital.
Tênis, cama, brinquedos…
Segundo a coordenadora regional da campanha, Eurides Francisca Messias Alves da Silva, a maioria das cartinhas possuem pedidos por brinquedos, material escolar, roupas e calçados.
“As cartinhas são variadas, já vimos crianças pedindo um chocolate e outra pedindo, por exemplo, uma cama. Por isso, qualquer pessoa pode adotar. É uma variedade grande de pedidos”, contou.
Doações diminuíram em 2021
Ao g1, Eurides contou que o número de adoções diminuiu em relação aos anos anteriores. Para ela, a redução foi provocada por ser feita, agora, de forma online.
“Sabemos é que o número de presentes tem sido menor. É complicado estipular uma média diária ou de quanto temos ao todo. Esse cálculo tem sido feito somente a nível nacional. Em todo o Brasil, o número de cartinhas recebidas ultrapassa 100 mil. Mas a adoção diminuiu porque muitas pessoas têm dificuldade em acessar à internet”, destacou.
Fonte: G1 PI
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