Um bebê de apenas 8 meses, que nasceu com “meio coração”, já passou por duas cirurgias, mas ainda pode precisar de um transplante de coração. Arthur Moore, de Rotherham, no Reino Unido, fez seu primeiro procedimento quando tinha apenas dois dias de vida. O menino nasceu com uma condição cardíaca congênita conhecida como Síndrome do Coração Direito Hipoplásico (HRHS), o que significa que ele nasceu efetivamente com apenas “meio coração”.
A mãe, Jessica Hellewell, 24 anos, estava grávida de 20 semanas quando foi informada sobre a condição do filho. “Arthur também foi um bebê de fertilização in vitro, então foi uma jornada e tanto para tê-lo. Fiz um ultrassom com 20 semanas, estava sozinha devido à covid, e eles disseram: ‘Há algo errado aqui’. Então, me enviaram para Leeds para fazer um exame de coração. Foi quando confirmaram: ‘Seu bebê literalmente tem meio coração. O outro lado não se desenvolveu’”, lembrou ela, em entrevista ao YorkshireLive. As informações são da Revista Crescer.
Jessica disse que o hospital lhe deu opções, incluindo interromper a gravidez, mas ela e seu parceiro queriam que Arthur tivesse “qualquer chance que pudesse”. Jessica disse que o restante de sua gravidez foi “particularmente desagradável”. “Foi muito difícil, obviamente. Você não sabe como lidar com coisas assim. Havia diferentes grupos de apoio aos quais me juntei e eu estava apenas tentando entender isso. Lembro-me da minha gravidez como um período muito ruim, não foi uma experiência agradável. Não tínhamos certeza se ele sobreviveria à gravidez, mas tive Arthur e ele foi levado direto para a UTI”, conta.
Logo após o nascimento, Arthur teve que fazer a primeira operação em seu pequeno coração. Infelizmente, os médicos encontraram mais problemas, o que significa que ele também pode precisar de uma troca de válvula. A mãe disse que manter o coração de Arthur o mais saudável possível é um procedimento de “etapas”. Ele já passou por duas das três operações que precisará. A terceira deve acontecer quando ele tiver entre 2 e 4 anos. “Ele pode até precisar de um transplante, mas corações de bebês não são fáceis de conseguir. A cirurgia é paliativa, não é corretiva, o coração de Arthur nunca será consertado até que ele tenha um transplante, se ele conseguir fazer um”, disse ela.
Jessica disse que, no momento, pesquisas sobre a condição de Arthur sugerem que ele poderia viver até os 40 anos com seu coração atual, mas isso dependerá do resultado de sua futura cirurgia.
Cardiopatia
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 30 mil crianças nascem com alguma doença cardíaca no Brasil anualmente, sendo que um a cada 100 nascidos vivos apresentam cardiopatia congênita. A condição de Arthur é apenas um em cerca de cinquenta tipos de más-formações cardíacas e a maioria pode ser detectada no período de gestação por meio de exames como o ecocardiograma fetal.
Somente o Sabará Hospital Infantil, especializado no atendimento exclusivo de crianças em São Paulo, realizou no último ano mais de mil consultas cardiológicas e mais de 80 procedimentos entre cirurgias e cateterismos. “Para a segurança do bebê, o parto é realizado com a participação de um cardiologista, e todos os procedimentos necessários para o bem-estar do bebê são realizados desde o nascimento até a fase adulta”, explica a cardiologista pediátrica Ecryd Cristine Fernandes Abdala Elias, da Unidade de Terapia Intensiva. Segundo a especialista, é importante lembrar que, mesmo durante a pandemia, gestantes e bebês precisam ter um acompanhamento de perto pela equipe cardiológica. “O diagnóstico intraútero é extremamente importante, muda completamente a evolução do quadro da cardiopatia. Nascer em um hospital com suporte para cirurgia cardíaca e saber que será acompanhado até o fim de sua infância, faz toda a diferença para a família”, finaliza.
Fonte: Meio Norte/ Com informações da Revista Crescer
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