Em seu primeiro discurso como governadora do Piauí, Regina Sousa (PT) afirmou que o foco do seu mandato será o combate à pobreza. A nova chefe do executivo estadual disse aos deputados, na Assembleia Legislativa, que pretende dar continuidade as ações que já vinham sendo executadas no governo Wellington Dias, mas que vai colocar um olhar mais sensível sobre algumas pautas.
“Não estou assumindo um novo governo, é a finalização de uma gestão. Tem muita ação em andamento, espero poder conclui-las. Não há tempo para começar grandes obras. Para mim, grande obra é o que muda a vida das pessoas. Uma cisterna pode mudar a vida de uma família. Posso dizer que o foco será a redução da pobreza. É a minha característica. Tudo aquilo que possa contribuir, como as cisternas, como poços, como tudo que se faz na agricultura familiar”, disse a governadora.
A professora, sindicalista e bancária, Regina Sousa (PT), foi empossada na manhã desta quinta-feira (31) no plenário da Assembleia Legislativa. A solenidade de posse teve início por volta das 9h30, com a leitura da mensagem de renúncia de Wellington Dias ao cargo.
Regina Sousa iniciou o discurso falando que ‘nem em sonhos’ imaginou que um dia chegaria ao cargo de governadora do Piauí. Ela também frisou que chegou ao cargo pela força do povo, uma vez que foi eleita na chapa junto de Wellington Dias.
“Nem nos meus sonhos imaginei chegar aqui, legitimado pelo voto, sim, não há eleição para vice, minha foto estava ao lado de meu companheiro Wellington Dias”, afirmou.
A petista relembrou a infância, da época em que trabalhou como quebradeira de coco e viveu com a família. Ela contou sobre episódio ajudava a família, levando comida para Trabalhadores da roça e também da experiência que teve na escola.
“Estou aqui, uma mulher negra, de geração a geração, que já crescia com o destino traçado, nasciam marcados para repetir a mesma sorte do pai e da mãe. Acho que sou uma das poucas da minha geração que burlou esse destino”, acrescentou.
Regina Sousa voltou a dizer para que não procurem o perfil de Wellington Dias nela. A petista afirmou que, assim como o ex-governador, é uma pessoa única com os próprios pontos de vista e opiniões. Ela também falou sobre o machismo que constantemente sofre sendo uma mulher ocupando uma posição de poder e revelou que não agirá como uma “rainha da Inglaterra”.
“Colocando um tijolinho na construção e melhoramento do estado. Assumo com justiça social e honra a Deus. Não procurem Wellington Dias em mim, ele é único. Tem o seu jeito de ser, que todo mundo abraça e gosta. Eu também sou única, mas um pouco o oposto a ele em muitas coisas. Tivemos divergências, mas sempre superadas com uma boa conversa entre amigos. Não vai ter tutela, não serei rainha da Inglaterra, como insinuam alguns, expressando o seu machismo, como um homem que será guiado por uma mulher para exercer um cargo público”, complementou.
Em uma fala direcionada aos deputados estaduais, a governadora empossada pediu também compreensão com o seu jeito de ser, que conforme ela mesmo classificou é “sério”. Mas ela também reforçou a capacidade que tem para dialogar.
“Espero compreensão ao meu jeito de ser. Pareço zangada, mas não sou. Sisuda, sim. Reservada, não gosto de badalação, discursos curtos e gosto de estar sozinha, mas sem diálogo não teria feito a travessia que fiz se não o soubesse fazer. Sou uma idosa, tenho 72, não dá mais para mudar meu jeito de ser”, destacou.
Fonte: Paula Sampaio e Natanael Souza/ Cidade Verde
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