Um abrigo de gatos, localizado na praça do bairro Mafuá, na zona Norte de Teresina, foi incendiado na madrugada desta quarta-feira (18). Em vídeo gravado por populares, é possível constatar vários filhotes mortos e que a estrutura ficou completamente destruída pelas chamas. A suspeita é que a ação tenha sido proposital.
Revoltada com a situação, a diarista Maria da Guia, de 48 anos, chegou a chorar ao presenciar gatos mortos. Ela, que ajuda os animais do local há mais de 10 anos, disse ao Cidadeverde.com que esta é a segunda vez que o abrigo é atacado ao longo dos últimos anos.
“Os animais novinhos, não se defenderam, parece que ficaram mais os grandes, os filhotes quase todos morreram, é muita tristeza, aqui sempre ajudamos eles, trazemos comida e água, mas alguém vem e faz isso com quem não pode se defender, quero justiça para os animais de rua. O pouco que eu ganho, divido com os animais de rua, trago comida e vem alguém que não gosta deles e faz isso. Porquê?”, questionou a moradora.
Segundo a protetora de animais Raissa Rocha, a estrutura incendiada abrigada cerca de 50 gatos, 10 deles filhotes recém-nascidos, a maioria abandonada no local. Após a situação, ela decidiu resgatar alguns animais que estavam debilitados pelas chamas.
“Agora não estou vendo nem 25. Infelizmente muita gente deixa eles aqui. O que aconteceu aqui foi uma crueldade. Há alguns anos já resgatei alguém gatos daqui, inclusive alguns estão ainda comigo e agora aconteceu isso que é desumano, não sei mais o que esperar do ser humano que simplesmente tem a capacidade de fazer algo assim”, lamentou a protetora.
Após o registro do boletim de ocorrência, uma equipe da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) se deslocou até o local do crime para fazer a remoção dos animais para exame de corpo e delito, realizar a perícia técnica e ouvir possíveis testemunhas.
Segundo a polícia, o principal suspeito de ter ateado fogo no abrigo de gatos é um morador de rua, investigado em outra ação semelhante de maus tratos a animais.
“Já tínhamos um procedimento preliminar em andamento, com um suspeito. É uma pessoa com endereço incerto, não sabido, e isso veio a prejudicar as investigações. Uma pessoa, em denúncia anônima, nos ajudou na identificação do suspeito, que é um suposto morador de rua”, informou o delegado Emir Maia ao Cidadeverde.com.
Dando prosseguimento às investigações a DPMA tenta encontrar moradores ou imagens de câmeras de vigilância que tenham registrado o crime ou o suspeito. “Vamos tentar localizar essa pessoa para que ela seja ouvida nos autos. Também vamos atrás de outras informações para que possamos investigar as informações com mais propriedade”, pontuou o delegado.
Políticas públicas
Para a protetora de animais, a falta de políticas públicas incentiva o abandono e a proliferação dos animais de rua. “Os gatos são diferentes dos cachorros. Eles não têm um período de seis meses para cada cio, então eles se reproduzem muito mais. O que falta é uma política para a castração desses animais, o que não temos em nosso estado”, destacou.
Fonte: Bárbara Rodrigues e Breno Moreno/ Cidade Verde
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