A família da empregada doméstica Juliana Silva, de 29 anos, mulher que morreu após ser baleada durante uma discussão em família, decidiu doar órgãos da vítima. Contudo, por falta de um medicamento imunossupressor no estado, o Simulect, os rins somente poderão ser transplantados em outros estados.
A retirada dos órgãos está prevista para acontecer na manhã desta terça-feira (9) no Hospital Getúlio Vargas, em Teresina, após o velório de Juliana, que ocorreu na casa da mãe dela, bairro São Pedro, Zona Sul da Capital. Serão doados duas córneas, dois rins e um fígado.
As córneas irão para pacientes do Piauí, um rim será enviado para Pernambuco, outro para a Bahia e o fígado vai para o Maranhão.
A coordenadora de Central Estadual de Transplantes, Lourdes Veras, informou ao g1 o estado não realiza o transplante de fígado e, por este motivo, o órgão irá para o estado vizinho. Em relação aos rins, o estado realiza o procedimento, contudo, há falta de medicação que impossibilita o transplante. O Piauí possui 261 pessoas na fila de espera por rins.
“Infelizmente, o pedido de compra de um dos medicamentos não chegou e tivemos que disponibilizá-los para outro estado. O medicamento é um imunossupressor que inibe os processos de inibição, fundamental para a manutenção do órgão no corpo do transplantado”, afirmou a coordenadora.
Em nota, a Fundação Estatal Piauiense de Serviços Hospitalares (Fepiserh) declarou que está com dificuldade de encontrar no mercado o medicamento Simulect, utilizado em pacientes que vão realizar transplante de rim.
“Apenas uma distribuidora no Piauí fornece o medicamento. Diante da urgência do caso, a instituição está buscando um similar, a Thymoglobuline, para substituí-lo. Foi realizado uma dispensa de três meses para que a substância similar possa substituir o remédio enquanto estiver em falta”, comunicou o órgão.
Quem são as vítimas?
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Os envolvidos são Daniel Flauberth Gomes Nunes Leal, motorista por aplicativo, de 38 anos, e o cunhado Felipe Guimarães Martins Holanda, 37, bacharel em direito e servidor do Tribunal de Justiça do Piauí.
Eles morreram vítimas de tiros depois de entrarem em luta corporal durante discussão na manhã de sábado (30).
Juliana Silva, casada com o irmão da esposa de Felipe e presta serviço aos pais dele, estava na casa e foi baleada na cabeça. Ela foi baleada do lado de fora da casa, por um tiro que transfixou uma das portas da residência.
Quem são os suspeitos?
A dinâmica de como ocorreram os tiros ainda está sob investigação. Daniel é proprietário de três armas que estavam na casa, segundo a polícia, e da pistola usada na briga.
No momento da luta corporal, Daniel estava com uma das armas e ele e Felipe começaram a se agredir fisicamente, momento em que a arma disparou.
Daniel foi atingido na cabeça e Felipe na virilha. Os dois morreram. Juliana foi atingida na cabeça e continua internada.
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O que teria motivado a discussão?
Segundo o delegado Danúbio Dias, do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), no dia dos tiros a família teria informado que a discussão iniciou porque Daniel teria ficado irritado com o choro constante do filho de Felipe, um menino de cinco anos que faz parte do Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O delegado Francisco Costa, o Barêtta, coordenador do DHPP, informou que o motivo da briga ainda está sob investigação. Vizinhos da família relataram que ainda na sexta (29), os dois já tinham discutido.
“Todo ser humano é um homicida em potencial, basta a oportunidade. Essas duas pessoas esclarecidas entraram em uma contenda e dois vieram a óbito. Devia haver já um ranço entre as duas. O choro de uma criança autista levar a tudo isso, não acredito. Mas a investigação é que vai dizer. O inquérito policial instaurado para explicar como foi a dinâmica do crime”, disse o delegado.
A família era toda de evangélicos e não consumiam bebidas alcoólicas. Não houve festas na casa na sexta e nem no sábado.
Como vivia a família?
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No local, um terreno onde há um pequeno prédio com apartamentos e uma casa, viviam três famílias — Foto: Andrê Nascimento/g1
No local, um terreno onde há um pequeno prédio com apartamentos e uma casa, viviam três famílias: Felipe e a esposa, Daniel e a esposa (irmã de Felipe) e os pais de Felipe e sua irmã.
Juliana, a mulher baleada que continua internada, era casada com o irmão de Felipe e estava na casa no momento da discussão. Não se sabe ainda se ela morava com o marido no mesmo imóvel.
De quem era a arma?
Daniel, segundo delegado Danúbio Dias, tinha registro de CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador) e tinha três armas de fogo em casa, que foram apreendidas.
Segundo ele, apenas uma foi utilizada no momento da discussão.
Fonte: G1 PI
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