O Tribunal Popular do Júri condenou a 55 anos de prisão os réus Astrogildo Antônio da Costa e Antônio José da Silva que foram considerados culpados pela morte do detento Fabrício Santos Silva, em novembro de 2013. O crime ocorreu dentro da Penitenciária Mista de Parnaíba, no litoral do Piauí, e teria sido motivado após a vítima testemunhar um crime anterior cometido pela dupla.
Astrogildo e Antônio teriam se aproveitado do horário do banho de sol, para entrar na cela e matar Fabrício asfixiado por lençóis. De acordo com a denúncia, após a sessão de espancamento e estrangulamento, os réus simularam cena de suicídio, pendurando a vítima e amarrando uma corda em seu pescoço. A vítima cumpria pena por tráfico de drogas.
O Conselho de Sentença acolheu integralmente a tese apresentada pelo Ministério Público do Piauí (MPPI), representado pelo promotor Rômulo Paulo Cordão, resultando nas penas de vinte e cinco anos para Astrogildo da Costa e trinta anos de reclusão para Antônio da Silva, ambos em regime fechado.
O promotor Rômulo Cordão diz que o crime foi “queima de arquivo” e que um dos réus ainda negou as acusações, mas que prevaleceu a tese sustentada pelo MP.
“Conseguimos condenar ambos por homicídio com duas qualificadoras. A morte foi uma queima de arquivo. A vítima viu eles tentando matar uma outra pessoa dentro do presídio e começou a falar para algumas pessoas. Então, os dois começaram a ameaçá-lo. A vitima ainda pediu para sair da cela, mas isso só ia acontecer no dia seguinte, pois o diretor do presídio não estava lá e houve um motim em uma ala”, conta o promotor.
De acordo com a tese defendida pelo MP, os dois teriam quebrado o cadeado e invadiram a cela. “Bateram e estrangularam usando um fio. Depois simularam o enforcamento, colocando ele no banheiro e amarraram lençol em um cano simulando suicídio. Só que a perícia foi muito firme em dizer que eles estragularam e depois forjaram o espancamento”, conta o promotor.
Astrogildo Antônio da Costa que já responde a quatro homicídios, além de crimes roubo e furto, continua preso em regime fechado. Já Antônio José da Silva cumpre prisão domiciliar, benefício concedido em 2020 após ter sido um dos detentos vítimas de envenenamento durante uma dedetização “mal feita” na Cadeia Pública de Altos. Contudo, após a condenação, o promotor diz representou pela preventiva para que o preso cumpra a pena no presídio.
“Ambos são perigosos. O Antônio também responde a quatro homicídios, um latrocínio, roubo e furto. Ele está em domiciliar, mas já representei pela preventiva que foi decretada, pois aparenta bom estado de saúde”, reitera Rômulo Cordão.
O julgamento por homicídio qualificado ocorreu nessa segunda-feira (12).
Fonte: Graciane Araújo/ Cidade Verde
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