Um dos 14 trabalhadores resgatados em condições análogas à escravidão, em uma pedreira em Mauá da Serra, no norte do Paraná, relatou como viviam em meio à insalubridade e ao risco de vida no trabalho.
“Faltava muito equipamento de trabalho, assim, como já aconteceu de alguns dos rapazes cair um bloco de pedra e ele quebrar o pé e ter que continuar trabalhando porque não tem uma carteira registrada”, afirmou.
As vítimas foram resgatadas por agentes do Ministério do Trabalho e Previdência (MTE). A informação foi divulgada na quinta-feira (30). Sete trabalhadores que vieram do Piauí viviam em um curral com animais.
Um homem, que prefere não ser identificado, afirmou que para se manter teria que continuar trabalhando nessas condições.
“É, eu sei que é difícil, mas a gente precisa, né”, contou.
O resgate foi feito na segunda-feira (27), conforme o MTE, e os responsáveis pela pedreira e pela contratação dos trabalhadores foram autuados por trabalho análogo a escravidão, conforme o órgão.
O local foi interditado até que tudo seja regularizado, segundo o órgão.
Risco à vida
Conforme o auditor fiscal, os trabalhadores utilizavam uso de explosivos irregulares e sem licença para detonação de pedras.
“Explodiam pedras. Precisa ter liberação do exército. Tudo era improvisado no local. Eles criavam a própria pólvora para detonar as rochas”, disse.
Os trabalhadores faziam a mistura de pólvora com salitre, carvão e enxofre, socavam em uma bomba e colocavam para explodir, conforme Edvaldo.
Ainda conforme os relatos das vítimas, de acordo com o auditor, cada um precisava levar a própria ferramenta para realizar os trabalhos.
Denúncias de trabalho análogo ao de escravo podem ser feitas de forma anônima no Sistema Ipê, pela internet.
De acordo com o MTE, as condições que os trabalhadores viviam não atendiam à legislação trabalhista.
“A situação era degradante, tanto por conta do alojamento, quanto do trabalho”, afirmou.
Além disso, os trabalhadores precisavam custear gastos com alimentação e produtos pessoais e não conseguiam pagar as dívidas.
Investigação
Conforme o MTE, dos 14 trabalhadores, sete fazem parte de um grupo que veio do Piauí. Nenhum tinha registro na carteira, conforme a investigação.
Em depoimento, segundo auditor fiscal, os donos reconheceram o erro e afirmaram que farão o pagamento para todas as vítimas. A indenização ainda está sendo calculada.
“A empresa vai ser notificada pelo MPT. Haverá responsabilidade administrativa, e será notificada civilmente”, falou.
Resgate
Os trabalhadores foram levados para um hotel, onde receberam banho e alimentação. Eles agudam o pagamento dos direitos trabalhistas, segundo o MTE.
A Câmara Municipal do município foi usada para os trabalhadores serem ouvidos por auditores e procuradores. Parte deles retornaram para residência.
Veja fotos do local:
Fonte: G1 PI
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