O presidente da Câmara de São Lourenço do Piauí, Iran Damasceno Ribeiro (PSD), tomou posse como prefeito após a cassação do próprio irmão Biraci Damasceno Ribeiro (PSD) e do vice-prefeito Valdeci Paes de Castro (PSB) que foram afastados após denúncia de compra de votos nas eleições de 2020. Ele foi empossado na tarde desta sexta-feira (14) e adiantou ao Cidadeverde.com mudanças na gestão.
“A gente vai procurar fazer o melhor para o município e para a população. Tomar o rumo certo. Tem uma parte de alegria na gestão. Um perde o mandato e o outro assume para ver se faz o melhor para o município. Vou tentar fazer o melhor para o município e para o povo”, disse o novo prefeito de São Lourenço do Piauí.
Questionado sobre mudanças na gestão, ele disse ao Cidadeverde.com que vai manter parte do secretariado. Entre os gestores municipais que devem permanecer nas funções estão os secretários de Educação e Saúde. “Vou manter uma parte, o que tiver com melhor aceitação, tem que manter”, disse o novo gestor.
Sobre a cassação do irmão, Iran Damasceno avaliou como uma “injustiça”. A data das novas eleições ainda não foi definida.
Iran Damasceno tem 58 anos, o 2º grau completo, é vereador com cinco mandatos e nunca havia disputado a prefeitura da cidade.
Entenda o caso
A coligação A Vitória é do Povo e a candidata Michelle de Oliveira Cruz ajuizaram, respectivamente, uma representação e uma Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (Aime), nas quais acusaram a chapa vencedora de oferecer dinheiro e outras vantagens em troca do apoio do eleitorado. Para subsidiar as alegações, as recorrentes afirmaram que tanto Biraci Ribeiro quanto Valdeci de Castro assumiram as irregularidades praticadas no último pleito municipal.
Segundo a denúncia, em entrevista concedida à Rádio Serra da Capivara em 18 de novembro de 2020, o prefeito teria admitido que praticou boca de urna na data da votação.
Também foram apresentados pela coligação e pela candidata adversária dois áudios captados em local público em que o vice-prefeito reconhece que a oferta de benefícios a eleitores foi determinante para garantir a vitória nas urnas.
Quando o caso foi julgado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Piauí, a cassação foi negada, mas a ex-candidata ingressou com um recurso no TSE.
Em julgamento realizado no dia 11, o TSE decidiu por unanimidade, pela cassação e reformou a decisão TRE, por entender que não havia dúvidas sobre o valor de R$ 2 mil citados em gravações ambientais e em depoimentos prestados por testemunhas equivale à quantia oferecida pelos políticos em troca do apoio do eleitorado.
O TSE determinou multa no valor de 50 mil Ufirs para o prefeito e vice.
Fonte: Graciane Araújo/ Cidade Verde
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