Um jovem de 24 anos, identificado pelas inicias M.S.S.M., foi preso nesta quarta-feira (5) na Zona Sudeste de Teresina suspeito de tentar estuprar virtualmente uma mulher de 20 anos em José de Freitas, a 55 km da capital. O mandado de prisão preventiva foi cumprido por meio do 17° Distrito Policial.
“O crime ocorreu no último dia 21 de junho, quando uma jovem procurou o 17° DP, narrando que um homem teria realizado uma abordagem via perfil em redes sociais e contato a vítima pelo WhatsApp na tentativa de coagir a praticar atos libidinosos e manter relações sexuais”, afirmou o delegado André Moreno, responsável pelo caso.
Ainda segundo a polícia, a vítima informou que o suspeito teria realizado o contato afirmando ter fotos íntimas da jovem e a ameaçando enviá-las a seus familiares e amigos. Caso a mulher aceitasse realizar chamadas de vídeo nua e o encontrasse pessoalmente, suas fotos não seriam divulgadas.
Ao g1, o delegado André Moreno frisou que esse tipo de golpe tem crescido e alertou, caso alguém se encontre nessa situação, que denuncie imediatamente à polícia.
“Após investigação detalhada, houve identificação e prisão do indivíduo, que confessou que já fez isso por outras vezes e admitiu o cometimento do delito”, destacou o delegado.
O preso foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML) para fazer o exame de corpo e deleito e segue preso aguardando audiência de custódia.
Estupro virtual: entenda o crime
Quando se fala em estupro, o primeiro cenário que vem à mente pode ser uma rua escura, mas, hoje, isso acontece até mesmo pela tela do computador, se trata do “estupro virtual”.
O termo ainda não está na legislação, mas a lei de estupro já abrange ameaças para a produção de imagens pornográficas.
Um dos primeiros casos de violação virtual a ser considerado como estupro foi o de Cristian Pereira, que usava o nome falso de Fred Maya. Ele foi condenado em 2014, após fazer mais de 150 vítimas.
Uma delas estava grávida e noiva na época. Os ataques fizeram o noivado acabar e ela quase perdeu o bebê. Apesar disso, a vítima conseguiu gravar o estupro e denunciar.
“Essa moça começou a sofrer essas ameaças e tinha que fazer uns telefonemas com ele on-line, se não, ele iria pegá-la, ia matar”, diz Iolanda Garay, presidente da Associação Nacional das Vítimas de Internet (Anvint) e advogada no caso. Contudo, apesar de o agressor fazer vítimas brasileiras, ele morava na Inglaterra.
“A vítima sente com a mesma intensidade [o estupro], tirando os ferimentos da violência física propriamente ditos”, explicou.
Fonte: G1 PI
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