Um bebê de um ano, filho de imigrantes venezuelanos, morreu na madrugada desta quinta-feira (10) em um abrigo no bairro Poti Velho, na Zona Norte de Teresina. Não se sabe a causa da morte dele.
Ao g1, um assistente social da Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (Semcaspi), pasta responsável pela manutenção do abrigo, informou que a criança apresentava estado febril pouco antes de falecer.
A Semcaspi afirmou que uma equipe de assistentes sociais está no abrigo para prestar “todo o suporte necessário e acompanhar a família”.
Os pais do bebê ligaram para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) às 1h da madrugada, mas o filho deles já estava morto quando a equipe de socorristas chegou ao abrigo.
O Instituto de Medicina Legal (IML) foi acionado e levou o bebê ao Hospital Getúlio Vargas (HGV), no Centro de Teresina, na manhã desta quinta.
Segundo o HGV, a família da criança não autorizou a necropsia, ou seja, o conjunto de exames médicos realizados para determinar a causa da morte de um paciente.
O bebê nasceu no Pará, mas seus pais são indígenas venezuelanos da etnia Warao, que começaram a imigrar para Teresina a partir de 2019.
Polêmica com projeto de lei
A Ordem dos Advogados do Brasil no Piauí (OAB-PI) pediu a suspensão de um indicativo de projeto de lei que propõe a repatriação de imigrantes em Teresina custeada pelo município.
A proposta, do vereador Pedro Alcântara (Progressistas), foi lida e aprovada, em março de 2025, no plenário da Câmara Municipal.
Como gera despesas para a Prefeitura de Teresina, o indicativo deve ser analisado pelo prefeito Silvio Mendes (União Brasil), que decidirá se o devolve para a Câmara como projeto de lei a ser apreciado.
As comissões de Direitos Humanos e de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente da OAB-PI emitiram uma nota na qual apontam que o projeto apresenta riscos de violações aos direitos humanos e vai contra dispositivos da Constituição Federal.
O vereador Pedro Alcânatara disse ao g1 que aceita debater o projeto com representantes da Ordem, mas não iria retirá-lo da discussão na Câmara. Ele ressaltou que conta com o aval do prefeito para aprová-lo. Procurado, Silvio Mendes não se manifestou sobre o assunto.
Chegada dos Warao
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Os indígenas da etnia Warao estavam entre os cerca de 50 venezuelanos que chegaram a Teresina em março de 2019. De acordo com eles, o grupo fugiu da crise econômica que atingiu a Venezuela e deixou famílias sem emprego e com fome.
A trajetória deles começou em 2017. Os imigrantes moraram durante quase um ano em Belém, no Pará. Depois, viajaram por semanas por cidades do Maranhão até se estabelecerem no Piauí.
A maioria desses venezuelanos trabalhava com a pesca e agricultura em Tucupita, no estado de Delta Amacuro, na região Leste do país.
Após a chegada dos imigrantes, a Semcaspi iniciou uma parceria com a Associação Beneficente São Paulo Apóstolo (Abespa) para acolhê-los em abrigos na capital. No entanto, desde novembro de 2022, a secretaria é responsável pelo atendimento direto a eles.
Fonte: G1 PI
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