A Polícia Civil do Piauí prendeu, na manhã desta terça-feira (15), em Fortaleza, no estado do Ceará, um homem, identificado como José Olavo, suspeito de aplicar golpes financeiros em vítimas de diversas regiões do país. Segundo a investigação, apenas no Piauí, uma das vítimas sofreu um prejuízo de quase R$ 800 mil. No total, o valor estimado dos golpes pode chegar a R$ 10 milhões.
A prisão foi realizada durante uma ação integrada da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) e da Diretoria Especializada em Operações Policiais (DEOP), com o apoio da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil do Piauí e da Polícia Civil do Ceará.
“Ele foi preso em Fortaleza. Nós estávamos no encalço desse estelionatário que já vinha aplicando golpes no Brasil todo. Já temos indicações de vítimas em Florianópolis, São Paulo, Salvador, no Ceará e no Piauí. Só que aqui no Piauí, a vítima sofreu um prejuízo de quase R$ 800 mil. Somando o prejuízo de todas as vítimas que ele aplicou esse golpe no Brasil, pode chegar até R$ 10 milhões”, explicou o delegado titular da DRCI, Humberto Mácola.
Segundo o delegado, o suspeito enganava as vítimas prometendo investimentos com retorno financeiro elevado, mas usava o dinheiro para fins pessoais.
“Ele aplicava o golpe fazendo promessas de que investiria aquele valor, que iria dar ganhos estratosféricos às vítimas. Mas, na verdade, ele simulava comprovantes, simulava extratos de investimentos, e o dinheiro todo ele gastava com luxo, ostentação, compras, viagens… e hoje ele foi preso”, ressaltou Mácola.
Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos nas cidades de Fortaleza (CE), São Paulo (SP) e Salvador (BA). De acordo com as investigações, os valores obtidos pelo suspeito jamais eram aplicados, e as vítimas sofriam prejuízos expressivos. O montante desviado ultrapassa a casa dos milhões de reais, com vítimas localizadas nos estados do Piauí, São Paulo, Bahia, Santa Catarina e Ceará.
Parte do dinheiro, segundo a Polícia Civil, era utilizado na aquisição de veículos de luxo, viagens internacionais, objetos de grife e despesas pessoais incompatíveis com a renda declarada pelos envolvidos.
As investigações ainda estão em andamento, principalmente sobre a destinação dos valores. No entanto, o delegado da DRCI (Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática), Humberto Mácola, afirmou que os indícios apontam para um gasto elevado e descontrolado.
“Ele torrou o dinheiro. Todo o valor com viagens, com artigos de luxo, com aluguel de camarotes em Interlagos, na Fórmula 1. Então esse dinheiro que ele esbanjou, esse dinheiro que pegou… nós estamos ainda investigando a questão de lavagem de dinheiro, de compra de imóveis, mas pelo jeito ele gastou todo esse dinheiro”, destacou o delegado da DRCI.
A delegacia reforça o alerta para que a população redobre a atenção ao realizar qualquer tipo de investimento, especialmente diante de promessas de lucros fáceis e acima da média do mercado. Golpistas costumam se valer de aparência formal e do nome de instituições financeiras conhecidas para legitimar fraudes.
“A abordagem dele era aquela que geralmente o falsário faz: chega com aquela conversa bonita, fazia reuniões, viajava, aparecia ao lado de personalidades de investimentos no Brasil, tendo todo aquele cenário ilusório, uma lábia muito boa, muito rebuscada, termos técnicos… e fazia com que as vítimas transferisse para ele mesmo valores estratosféricos. Nós conseguimos um quadro de investimentos de vítimas que ele fez no Brasil: teve gente que transferiu R$ 200 mil, R$ 50 mil, mas tinha vítimas também que transferiu R$ 1 mil, R$ 5 mil… E todo esse dinheiro foi sendo colocado pra ele, e ele utilizou todo esse dinheiro pra uma vida de ostentação”, ressaltou.
O delegado ainda alertou sobre os cuidados ao investir.
“Eram pessoas esclarecidas, pessoas com um poder aquisitivo médio para alto, que acreditavam nessa falsa promessa de investimentos. Então o nosso recado é que você não transfira valores para quem quer que seja com a promessa de investimentos. Procure plataformas de investimentos já conhecidas no mercado. E mesmo que você tenha assessoria de uma pessoa que estuda, que sabe disso — o dito trader — não transfira para a conta dele. Geralmente essas pessoas indicam os locais, e a pessoa vai até aquele local e investe”, finalizou Mácola.
Fonte: Rebeca Lima/ Cidade Verde
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